Para refrescar o calor e ainda curtir o mês de férias, o tocantinense tem como opção as praias e balneários. Mas quem tem dificuldade de locomoção não consegue aproveitar esses momentos de lazer, já que a maioria das praias não possuI estrutura para receber pessoas com deficiência física. Para mudar essa realidade, um projeto oferece cadeiras com rodas especiais para aproximar essas pessoas da água.

Também chamada de cadeira anfíbia, ela tem rodas que passam com facilidade pelas areias até chegarem nas praias. Ela ainda boia na água, para ajudar a pessoa que conduz a cadeira.

O pequeno João Gilberto Rocha de Oliveira, de 7 anos, só se locomove com cadeira de rodas por causa da Atrofia Muscular Espinhal (AME). Com ajuda da cadeira anfíbia, consegue brincar nas praias da capital. Em uma das experiências, ele teve a oportunidade de interagir com outras crianças. “Gostei bastante”, disse o menino durante a diversão.

Ao ver o filho se divertindo, Maria de Jesus Ferreira Rocha comemora.

“A facilidade de vir de lá, passar pela areia e chegar aqui é maravilhoso. A gente já tem uma facilidade bem bacana comparada a outra cadeira de rodas. Chegar aqui é brincar com ele mesmo. Ver a alegria e o brilho dele”.

De acordo com Erliette Gadotti, diretora de sustentabilidade da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh), o projeto começou neste mês de julho, mas deve ser mantido mesmo fora da temporada de praia. “Mas a ideia é que a gente consiga expandir pra deixar o ano todo e garantir essa acessibilidade”.

Retorno ao lazer

Após sofrer um acidente há mais de um ano, que limitou sua locomoção, o mestre de obras Roberto Carlos Vieira achava que nunca mais poderia curtir as praias de rios. Mas a cadeira anfíbia mudou essa realidade.

“Sofri uma queda de um telhado e perdi os movimentos das pernas. Essa cadeira trouxe para nós uma liberdade. É como você voltar a ter uma vida normal numa praia, num banho, então é um projeto excelente”, disse Roberto.

Essa liberdade, como comentou o mestre de obras, também vem acompanhada de segurança oferecida pelo material. Além disso, é preciso que uma pessoa acompanhe o bahista durante o passeio.

“A flutuabilidade dela na água e o peso reduzido é o que garante a segurança do banhista e de quem está levando o banhista na cadeira. Tem que ter um acompanhante pra levar a trazer na água”, explicou o gerente de planejamento da Semarh, Gustavo Formiga.